O Cupra Terramar recebeu uma nova versão, um “anfíbio” que tanto pode andar em terra, como navegar nos mares. Passou recentemente uma semana no rio Tejo. O Francisco Mota andou nele e explica-lhe que a história não é bem assim…
Quem viu o Cupra Terramar “anfíbio” a navegar no rio Tejo, há poucas semanas, certamente terá ficado intrigado com aquela visão. Um SUV, não só a flutuar sobre as águas, mas a progredir como um barco, com um skipper aos comandos e três sorridentes passageiros. Durante alguns minutos, tive a oportunidade de ser um desses passageiros para experimentar esta versão muito especial do Terramar e para contar a história por trás deste evento que passou por Lisboa.
America’s Cup

O nome completo desta versão é Cupra Terramar America’s Cup e isso já dá uma pista acerca do seu propósito. Foi concebido para acompanhar a 37ª edição da famosa regata America’s Cup em 2024. Uma grande manobra de marketing que colocou a marca Cupra à vista de todos os entusiastas da prova náutica.

Mas a Cupra decidiu que o Cupra Terramar “anfíbio” poderia ter mais vida além dessa participação e decidiu organizar demonstrações em várias cidades, entre elas Lisboa, onde passou uma semana nas águas do rio Tejo a passear elementos e clientes da empresa, bem como da Imprensa.

Esta versão é feita a partir de um Cupra Terramar normal, saído diretamente da linha de produção para as instalações da Brava Boats e depois da Vetus.

Para começar, foi desenvolvida uma plataforma flutuante específica capaz de suportar o Terramar, atingindo um peso total perto das cinco toneladas. Para garantir a estabilidade a plataforma tem um longo patilhão com um contrapeso. Os engenheiros dizem que é impossível de virar ao contrário.

Tecnicamente, o movimento é garantido por quatro motores a hélice, capazes de fazer propolsão longitudinal e transversal, para facilitar a atracagem. A velocidade máxima é de cinco nós e só pode navegar com mar muito calmo ou em rios.
Medidas de segurança
Todos os componentes do Terramar permanecem montados, pois não há necessidade de reduzir o peso. Mas o volante deixa de comandar o Terramar quando dentro de água. Na consola foram montados comandos específicos para o leme e motores.

Apenas um “skipper” profissional foi autorizado a comandar este Terramar em Lisboa. Outras exigências das autoridades marítimas da capital foram que os passageiros viajassem sempre com os vidros das portas totalmente abertos, com coletes salva-vidas ao pescoço e sem cintos de segurança colocados.
Todos a bordo!
A experiência tem um pouco de surreal, apesar de o Terramar estar sempre fixo à plataforma. Entrar é um desafio, para não cair à àgua, depois de lá estar dentro, encontra-se o habitual conforto e espaço do Terramar.

O início de marcha é muito lento e suave até sair da doca. Depois o “skipper” acelerou um pouco, mas não muito. O ritmo é de passeio, com uma estabilidade surpreendente e sem muitos abanões, aproveitando a calmaria da foz do Tejo num dia de Verão.

A reação dos turistas que assistiam ao espetáculo da margem foi de estupefação, logo seguida de um rápido movimento com o smartphone para guardar o momento e o difundir pelas redes sociais. Um dos objetivos destas demonstrações.
Conclusão
Objetivamente, este exercício não terá consequências, pois a Cupra não está a pensar em enveredar pela construção de veículos anfíbios. Mas mostra um pouco do posicionamento disruptivo da marca espanhola.
Ler também seguinto o link:Teste – Cupra Terramar VZ 1.5 eHybrid: Pragmatismo